Jornal Zero Hora
Prevista para ocorrer nas próximas semanas, a assembleia geral da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) que marcará o ingresso do Detran como seu sócio minoritário significarará um reforço à estatal criada pelo governo Tarso Genro para administrar os pedágios nas estradas estaduais.
Além de contar com 10% das ações, o Detran tomará assento nos conselhos fiscal e administrativo da EGR. O salto, contudo, reside na questão financeira. O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, admite que haverá “um aporte de capital” do Detran – uma das únicas células do Estado a registrar superávit – para a EGR.
Os números ainda não estão confirmados, mas a articulação abre a possibilidade de o Detran, alimentado pela arrecadação junto aos motoristas e proprietários de automóveis, transferir recursos para a empresa de pedágios quando necessário.
Outro fator envolve a tomada de empréstimos. Sozinha, a EGR deverá enfrentar dificuldades ao buscar financiamentos para fazer obras de grandes proporções devido ao seu baixo capital social. Com o ingresso do Detran na sociedade, crescem o patrimônio, a perspectiva de geração de receita e a margem para a tomada de empréstimos.
A entrada do departamento de trânsito na cúpula da EGR já estava prevista para ocorrer desde meados de 2012, quando a empresa de pedágios foi criada. No entanto, o governo Tarso vinha adiando a confirmação da sociedade.
O cenário se aproxima da concretização num momento de dificuldades para a EGR. Pressionada pelas más condições das estradas e por ações judiciais – sendo que uma delas determinou o levantamento das cancelas na praça de Encantado –, a empresa teve de providenciar a adoção dos serviços de guincho e ambulância, dois gastos que não estavam previstos na planilha de custos da estatal. Com o cofre cheio, o Detran poderá ser uma tábua de salvação para a EGR no curto prazo.
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