segunda-feira, 4 de novembro de 2013

ZH: RS deve fechar 2013 com o menor número de mortos em acidentes em quatro anos


O Rio Grande do Sul caminha para fechar 2013 com o menor número de mortos em acidentes nos últimos quatro anos. Até 30 de setembro, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), 1.477 pessoas perderam a vida em ocorrências como colisões, atropelamentos e capotagens. Na comparação com o mesmo período de 2012, são 73 vítimas fatais a menos.

Os dados levam o diretor-presidente do Detran, Leonardo Kauer, a acreditar em uma estatística abaixo de 2 mil. Esta barreira foi atingida em 2010, com 2.191 mortes. No ano passado, ficou em 2.091.

— Há uma diminuição nos acidentes fatais e no total de vítimas fatais, o que dá a ideia de uma projeção de queda ainda em 2013 — afirma.

O problema, porém, é que os números poderiam ser melhores. Ainda não existe, segundo Kauer, uma integração efetiva de informações de acidentes entre municípios e órgãos de segurança e de saúde. Se isso fosse realidade, explica, daria para saber não apenas o tipo de ocorrência, mas o que a motivou. E este aspecto é essencial para a prevenção.

De acordo com o doutor em Transportes Luis Antonio Lindau, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), falta um levantamento apurado das causas dos acidentes — que ele chama de formulário com fatores causais. Lindau se refere a aspectos como condições da via, sinalização, execução de projeto e condições de veículos, motoristas e de pessoas envolvidas. Trata-se de algo padrão em países de Primeiro Mundo onde já se atacou a incidência de mortes no trânsito (veja quadro). Por isso, ele considera insuficiente o trabalho de prevenção realizado no Brasil — e o Estado não foge à regra:

— Se fosse suficiente, teríamos padrões europeus.

Trecho de São Leopoldo da BR-116 é o mais fatal

Menos mal que há projetos para melhorar o quadro. O presidente do Detran cita como provável solução o Observatório Estadual de Trânsito. Previsto para ser implantado no ano que vem, traria o detalhamento mais profundo dos acidentes justamente por meio de unificação de informações.

— A partir do momento da qualificação de dados, poderemos ter política focada — afirma.

Significa que, por enquanto, pouco adianta saber as vias campeãs de ocorrências. Conforme estudo divulgado recentemente pelo Detran, o pior trecho do Estado no período entre 2007 e 2012 coube à BR-116, em São Leopoldo. Entre os quilômetros 240 e 249, morreram 75 pessoas. Na Capital, as campeãs no mesmo período são as avenidas Bento Gonçalves (50 vítimas fatais) e Assis Brasil (43).

Ainda em relação à provável queda de mortes em 2013, há dois pontos a serem considerados: menor número de feriadões no ano e redução de 3,5% no número de acidentes à noite, em relação a 2012. Para Kauer, trata-se de um efeito direto da Balada Segura, considerada por ele como o carro-chefe nas ações de prevenção. 

Em cooperação com a Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC), afirma, devem entrar em operação mais duas equipes de fiscalização na Capital, até o fim do ano. Por enquanto, apenas um grupo faz o trabalho, de quarta-feira a domingo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário